As Terras Indígenas (TI) Kayapó está em uma região de cerrado e floresta, entre os rios Araguaia, Tocantins e Xingu. Os Kayapó são historicamente divididos em subgrupos, distribuídos entre o norte de Mato Grosso e o sudeste do Pará. São parte do tronco linguístico macro-jê.
A aldeia Krenhiyedja fica entre a floresta e o cerrado, no centro do território kayapó, localizada entre as aldeias Aukre, Kubekrankrenh, Gorotire, Kikretum e Mojkarako. O rio Fresco é afluente do rio Xingu, o Riozinho é afluente do Fresco e o rio Vermelho é afluente do Riozinho. Ao longo do tempo, temos procurado fiscalizar e monitorar a área do rio Vermelho; no contexto atual, a invasão por garimpeiros tem se intensificado.
Atualmente, não são apenas as áreas em que existia garimpo nos anos 1970 e 1980 que estão sofrendo com a invasão dos territórios. Hoje, todos os rios e aldeias são afetados direta ou indiretamente. Os problemas relacionados à saúde indígena têm aumentado, tanto as doenças de pele como a mortalidade infantil, a malária e outras doenças. Alguns casos não são totalmente investigados e a maioria é subnotificada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), de modo que não existe um monitoramento fidedigno.
O último estudo a esse respeito no território, realizado em 10 de julho de 1994, identificou que havia cerca de 52,58% de mercúrio no sangue de indígenas de uma aldeia específica. As áreas mais afetadas naquela época se situam na região de São Felix do Xingu-Rio Xingu e Santana do Araguaia-Rio Fresco. Se então se verificou um grande índice de contaminação, em testes com sangue e cabelo, imaginem como seria hoje. É importante lembrar que o garimpo em TIs é proibido pela Constituição Federal.
Anos de pressão por parte de empresas e garimpeiros levaram a divisões internas no território. Uma parte está mais afetada e em outra a mineração ainda está chegando. Nas aldeias mais distantes, os garimpeiros estão chegando no entorno, armados e com maquinários caros para extrair o ouro. Hoje, além dos garimpeiros a mando de grandes empresários, há garimpeiros individuais. Atualmente, há conflito com a Mineradora Onça Puma/Vale, que extrai níquel do território xikrin, contaminado o rio Cateté e também parte do território kayapó