O Coletivo de Fotografia Juventude do Pedral do Lourenção é composto por jovens das comunidades do território do Pedral do Lourenção. A iniciativa do coletivo surgiu junto aos jovens da comunidade Praia Alta e se deu em virtude de fazer enfrentamento, por meio da poesia e músicas, ao projeto da Hidrovia Araguaia Tocantins.
O projeto da Hidrovia Araguaia Tocantins, prevê dragar aproximadamente 300 km de areia e 40 km de pedrais. Estes pedrais estão situados na região conhecida como Pedral do Lourenção e são os últimos fragmentos de rocha do já tão impactado rio Tocantins. O projeto, se efetivado, irá impactar a biodiversidade local e a vida de milhares de mulheres e homens, como bem retrata a música composta por este coletivo de jovens.
As ações do coletivo, inicialmente composto apenas por jovens da comunidade Praia Alta, se expandiram para as demais comunidades do território e este movimento motivou outros jovens a entrarem na luta.
Uma das preocupações do coletivo de jovens foi a necessidade de fazer o registro audiovisual da sociobiodiversidade local e das experiências ribeirinhas em torno do Pedral do Lourenção, e, poder alcançar outros públicos para refletir sobre a região e os problemas que estão enfrentando.
A solicitação de uma formação de registros audiovisuais foi discutida durante a I Reunião de Lideranças do entono do Pedral do Lourenção que aconteceu na Ilha Brita, em outubro de 2020, e reforçada novamente esta necessidade na II Reunião de Lideranças que aconteceu na comunidade de Jatobá, em abril de 2021.
Estas reuniões são organizadas pelo coletivo de 19 comunidades que estão no entorno do Pedral do Lourenção e tem por objetivo discutir problemas comuns enfrentados por todos e traçar estratégias de resistência e enfrentamento, sobretudo em relação ao projeto de morte da Hidrovia Araguaia Tocantins.
A realização de uma oficina para a produção de fotografias foi uma demanda feita para a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Em abril de 2021 foi dado início as atividades por meio da articulação realizada pela professora Cristiane Vieira da Cunha (Unifesspa), a professora Joana Darc de Oliveira Cunha (Secretaria de estado de Educação – Seduc/Pará) e o líder comunitário Ronaldo Barros Macena (Associação da Comunidade Ribeirinha Extrativista da vila Tauiry – Acrevita).
Devido ao contexto pandêmico, vivenciado pela Covid-19, a oficina foi ministrada de forma virtual, utilizando aplicativo de mensagens instantâneas e em julho foi realizadauma expedição para a produção de fotografias. A oficina foi coordenada pelo professor Evandro Medeiros (Unifesspa) e a pós-produção fotográfica realizada por Alexandra Duarte, da TramaTeia Produções.
Participaram da primeira etapa da oficina de fotografia jovens das comunidades doPraia Alta, Tauiry, Pimenteira, Saúde e Jatobá Ferrado. Esperamos que nas próximas edições a juventude das demais comunidades possam participar.
Nesta exposição, apresentamos algumas das imagens produzidas pelo coletivo